No universo da indústria existem duas abordagens de produção que ganham destaque: a puxada e a empurrada. Ambas têm suas vantagens e desafios, moldando o cenário industrial há décadas.
Antes de tudo, vale ressaltar: não existe modelo certo ou errado, e sim o que se encaixa melhor ao negócio e o seu contexto.
Mas hoje vamos conversar sobre a produção puxada!
A produção puxada (Just In Time) concentra-se em fabricar apenas o que for necessário, quando é necessário, em resposta direta à demanda dos clientes. Portanto, o objetivo é trabalhar sem estoques, mas com fluxo de materiais.
Esse modelo segue as características do Toyotismo, método de trabalho que surgiu no Japão na área automobilística, e que mais tarde foi adotado por outros setores da indústria.
Apesar de não priorizar estoque, a puxada pode adotar técnicas como a do Kanban, que auxilia no controle de produção, gerenciamento de fluxos de trabalho, resposição de estoques mínimos e otimização de processos. O Kanban é uma espécie de sinalização visual com cartões coloridos, post-its, por exemplo, que mostra os produtos que precisam ser produzidos ou respostos.
Explicando melhor: cada etapa do processo tem um número limitado de cartões ou kanbans associados a ela, representando a quantidade máxima de itens que podem ser produzidos nessa etapa. Quando os produtos são retirados dessa etapa e consumidos na etapa seguinte, o kanban correspondente é enviado de volta à etapa anterior, sinalizando a necessidade de produzir mais itens para repor o estoque.
Dessa forma, o Kanban atua como um mecanismo de controle que garante que a produção seja acionada apenas quando há uma demanda real por parte do próximo estágio do processo ou do cliente final, alinhando-se perfeitamente com os princípios da produção puxada.
Mas como exatamente a produção puxada funciona?
Imagine uma fábrica que recebe um pedido de um cliente. Em vez de produzir uma grande quantidade do produto de uma só vez, a produção é iniciada apenas para atender a essa demanda específica. À medida que novos pedidos chegam, a produção é ajustada, garantindo que os recursos sejam utilizados de forma eficiente e que os prazos de entrega sejam cumpridos.
Além de reduzir os custos relacionados ao estoque, a produção puxada também permite uma maior flexibilidade na resposta às mudanças no mercado. Com uma abordagem orientada pela demanda, as empresas podem se adaptar rapidamente às flutuações na procura, mantendo-se ágeis e competitivas.
Resultado:
- melhor efetividade na produção
- redução de desperdícios
- estoques mais enxutos
Precisamos falar sobre previsão de demanda…
Sempre levantamos por aqui a bandeira da previsão de demanda e ela está diretamente conectada com as produções empurrada e puxada. O que diferencia esses dois tipos é justamente o objetivo da produção de demanda.
Por exemplo, na produção empurrada, o objetivo é planejar o nível de produção. Já na puxada, o foco é planejar o nível de capacidade que será disponibilizado.
No fim das contas, não tem como fugir da previsão de demanda. Percebe como um processo está interligado a outro?
E mesmo na produção puxada, em que a demanda do cliente norteia o fluxo, a previsão de demanda acontece principalmente por conta dos dados!
A coleta e análise de dados são fundamentais para que seja possível entender os potenciais de consumo, as mudanças e as tendências do setor, além de antecipar os produtos mais solicitados e sua capacidade produtiva.
No entanto, é importante ressaltar que diante de um cenário tão dinâmico, a análise é contínua e a implementação da produção puxada requer uma mudança significativa na cultura organizacional e nos processos internos. É necessário um comprometimento total por parte da liderança e uma mentalidade de todos os departamentos voltada para a melhoria contínua para que os processos fluam com excelência.