Imagine que você está organizando uma festa de aniversário surpresa e decide preparar um banquete para os convidados. Sem conhecer as preferências culinárias específicas de cada um, você opta por preparar uma grande variedade de pratos, esperando que haja algo para todos. Você cozinha em grandes quantidades para garantir que não faltará comida, independentemente de quantas pessoas compareçam ou do quanto elas queiram comer.
Nesta analogia, a festa representa o mercado, e os pratos variados que você preparou antecipadamente são os produtos fabricados no modelo de produção empurrada. Você, o anfitrião, age baseado em previsões (quantos convidados virão e o que possivelmente gostariam de comer) e não em demandas específicas e confirmadas.
A produção empurrada surgiu na época da Revolução Industrial, mas até hoje exerce influência significativa sobre a forma como muitas indústrias operam. Aliás, na Easy, 50% dos nossos clientes consideram seu método de produção como empurrado.
No coração deste modelo, está a previsão de demanda, elemento que orienta todo o processo produtivo, baseando-se em estimativas e previsões para determinar a quantidade de produtos a ser fabricada. Essa abordagem pode gerar um desafio: o acúmulo de estoque, o que, por sua vez, pode levar ao desperdício de recursos e à redução da liquidez.
A produção empurrada trabalha com o conceito de produzir agora e vender depois, mantendo um estoque robusto que procura ser capaz de atender a qualquer demanda imprevista. O planejamento de produção baseado no MRP (Material Requirements Planning) é vital nesse contexto, proporcionando uma estrutura para a gestão de inventário e produção.
Contudo, em um ambiente empresarial que valoriza a adaptabilidade e a resposta rápida às mudanças do mercado, o modelo empurrado enfrenta críticas. A capacidade de prever com precisão a demanda futura é uma arte incerta, sujeita a flutuações econômicas, tendências de consumo e até eventos globais imprevistos.
Apesar desses desafios, o modelo de produção empurrada não está obsoleto. Ele oferece estabilidade e previsibilidade, aspectos particularmente valorizados em setores com longos ciclos de produção ou em contextos onde as mudanças na demanda são minimamente voláteis. Também possibilibita a otimização, produzindo em larga escala com antecedência e utilizando os recursos de produção e uma maneira mais eficaz.
Além disso, para produtos com demanda estável e previsível, o modelo empurrado pode significar eficiência e redução de custos.
Fato é que, como já falamos antes, não existe modelo de produção certo ou errado, lembra?
Neste cenário, a inteligência artificial e a análise de dados surgem como aliados poderosos, capacitando as indústrias a aprimorarem suas previsões e, consequentemente, sua gestão de produção e estoque. A adoção dessas tecnologias não apenas otimiza o modelo de produção empurrada, mas também facilita a transição para abordagens mais adaptativas e responsivas.
Em outro artigo aqui em nosso LinkedIn abordamos o modelo de produção puxada. Dá uma passadinha por lá para entender esta outra abordagem na indústria